segunda-feira, 1 de agosto de 2011


TRADIÇÃO CEARENSE

Festa e disputa na Regata Dragão do Mar


O mar ficou colorido entre o Mucuripe e a Praia do Náutico, na manhã de ontem, com a competição entre 50 embarcações, que atraiu um grande público As velas do Mucuripe saíram na manhã do último domingo para celebrar a coragem e a destreza dos jangadeiros. Longe de atrapalhar, a chuva e a mudança dos ventos deram ainda mais emoção para a Regata Dragão do Mar, realizada desde 2009 pelo Sistema Verdes Mares (SVM) e pela Colônia de Pescadores Z-8.

Pelo segundo ano consecutivo, a jangada Gabi venceu a competição. Em segundo ficou a jangada Shalom e a terceira colocação foi conquistada pela jangada Ipu. A chuva e o tempo nublado atrasaram em cerca de meia hora a partida das 50 embarcações da enseada do Mucuripe, mas não diminuíram o ânimo e a disposição das equipes. Quem preferiu ficar em casa contou com a cobertura da TV Diário, que mostrou ao vivo cada momento da competição, com narração de Tom Barros. A Regata Dragão do Mar teve, ainda, com o apoio da Capitania dos Portos, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e Cidadania (AMC) e Prefeitura de Fortaleza.

"É muito importante que o Sistema Verdes Mares prestigie eventos de todos os setores, entre eles o esporte. Já somos pioneiros na transmissão do Campeonato Cearense de Futebol e de Futsal, e a regata é a cara do Ceará. Tanto que o público vem ver aquilo que é seu, tanto de casa como aqui na praia", afirmou o diretor de Programação do SVM, Edilmar Norões.

Na opinião do superintendente do Sistema Verdes Mares, Ricardo Nibon, a chuva não tirou o brilho do evento. "A regata mostra nossa cultura, algo que está no nosso sangue", avaliou, acrescentando que o momento é de resgate da pesca artesanal, que representa uma tradição do povo cearense. Ele destacou, ainda, o apoio do Iate Clube de Fortaleza, que disponibilizou estrutura para receber convidados e participantes, bem como da Prefeitura, que atuou organizando trânsito e o espaço.
Corrida acirrada
Os competidores iniciaram o percurso triangular com sol, mas logo o tempo fechou novamente. A cada curva, momentos de emoção por conta da proximidade das jangadas e a necessidade de se reposicionar a cada mudança do vento, levando a uma alteração constante na segunda e terceira posições.

Até a terceira boia, a jangada TT liderava com folga a regata, mas precisou fazer um giro muito aberto até a reta final e perdeu posição para a jangada Gabi, que atravessou tranquila a linha de chegada seguida pela Shalom. O terceiro lugar teve disputa acirrada entre as jangadas Raquel e Ipu, mas esta acabou levando a melhor.

Os vencedores foram cumprimentados pelos turistas, familiares e jangadeiros, que aguardavam a chegada dos jangadeiros na Praia do Náutico. Mesmo para quem não ganhou, o sentimento era de alegria por ter completado o percurso. A equipe vencedora recebeu troféu e prêmio de R$ 2,5 mil das mãos do superintendente do SVM, Ricardo Nibon. A premiação e R$ 1 mil para a jangada Shalom foram entregues pelo presidente do Iate Clube, Marcos Câmara. Já o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Roberto Cláudio, premiou os jangadeiros que chegaram em terceiro, com o valor de R$ 500.

"Foi um sufoco grande, porque o vento mudava a todo momento, sem falar que a gente precisava ter muito cuidado para não bater nos companheiros. Mas graças a Jesus e ao trabalho de toda a equipe conseguimos virar e ser campeões mais uma vez", comemorou o jangadeiro Eloildo Ribeiro, mestre da jangada campeã, Gabi. A Regata Dragão do Mar foi iniciada em 1971 para celebrar a luta diária dos jangadeiros. Trinta anos depois, parou por falta de apoio, mas foi retomada em 2009.
Reconhecimento
"É muito bom ver o carinho que as pessoas têm pelos jangadeiros"Possidônio Soares Filho
Presidente da Colônia de Pescadores Z-8

KAROLINE VIANA
REPÓRTER

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